Automedicação infantil: Cuidados na administração de medicamentos
Prática muitas vezes influenciada por atendentes de farmácia, amigos, vizinhos ou
pelos próprios familiares, a automedicação pode levar à intoxicação e ser até mesmo fatal.
A automedicação é um sério problema de saúde pública mundial. No Brasil, ela abrange cerca de 35 % dos tratamentos medicamentosos, sendo essa prática, muitas vezes, influenciada por atendentes de farmácia, amigos, vizinhos ou pelos próprios familiares. O uso de medicamentos em crianças, sem indicação clínica, pode levar à intoxicação e ser até mesmo fatal. Ainda que em doses corretas, a automedicação infantil pode trazer efeitos colaterais indesejáveis e graves consequências para as crianças, as quais exibem características fisiológicas diferentes das apresentadas pelos adultos, tornando-as especialmente vulneráveis aos medicamentos.
No caso de ocorrer interações medicamentosas o resultado pode ser ainda mais perigoso. Alguns remédios, quando utilizados simultaneamente, podem potencializar a ação do outro ou até mesmo causar a perda do efeito. Outro problema são as intoxicações provocadas pela própria criança. Por isso os pais devem estar sempre em alerta para não facilitar o acesso das crianças aos medicamentos. As classes de medicamentos que mais se destacam para a prática da automedicação em crianças são antibióticos, anti-inflamatórios e analgésicos. O analgésico paracetamol foi o fármaco mais utilizado pelas crianças, seguido pela dipirona.
DICAS PARA EVITAR A AUTOMEDICAÇÃO INFANTIL:
- Sempre procure um médico quando apresentar sintomas de doenças.
- Nunca utilize medicamentos que sobraram de tratamentos anteriores.
- Sintomas parecidos podem não ser da mesma doença.
- Só utilize plantas medicinais com indicação do seu médico ou outro profissional da saúde;
- Medicamentos podem ser extremamente perigosos se usados em doses erradas para doenças nas quais não há indicação ou por um período de tempo errado.
- Não leve em consideração opiniões de vizinhos, parentes e amigos quando o assunto for “uso de medicamentos”.
- Não associe medicamento a balas ou doces.
- Após a utilização, o medicamento deve ser mantido longe do alcance das crianças.
Fernando Casagrande Cervi - Farmacêutico